O maracujazeiro-amarelo é a espécie de Passifloracea mais cultivada no Brasil, principalmente pelas suas qualidades organolépticas, sendo bastante susceptível a doenças do solo, em especial, à fusariose, que ataca o colo da planta e o sistema vascular, bloqueando o fluxo de água e nutrientes, provocando a murcha e posteriormente a morte de toda a planta, tornando inviável o seu cultivo em áreas susceptíveis a essa enfermidade.

              Segundo a Agência Paulista de Tecnologia Agropecuária, para o seguimento da agricultura familiar, o maracujá é a cultura que oferece o mais rápido retorno econômico entre as frutíferas e uma receita distribuída pela maior parte do ano.

              No estado do Rio Grande do Norte, a cultura está em franca expansão, principalmente em áreas antes não ocupadas pela cultura. Isso se deve ao uso de mudas enxertadas sobre  maracujazeiro selvagem resistente  à doenças do solo.

              Depois de detectada a doenças, não existe controle e não se devem remover as plantas afetadas para evitar o transporte do fungo para outras áreas. Deduz-se então, que os agentes patogênicos permanecem no solo por vários anos por serem facultativos e sobreviverem também como saprófitos.

              Nossas pesquisas desenvolvidas na UFERSA  ̶ Universidade Federal Rural do Semi-Árido, tem comprovado que algumas espécies selvagens testadas tiveram comportamento como resistente a fusariose quando cultivada também em áreas comerciais estando inclusive em fase de registro no Ministério da Agricultura.

              A propagação assexuada via enxertia já vem sendo utilizada em escala na África do Sul e Austrália e mais recentemente no estado do Rio Grande do Norte e Ceará, graças às pesquisas desenvolvidas na UFERSA e difundidas na região, podendo levar a vida útil do pomar até cinco anos, utilizando-se como porta-enxerto espécie selvagem resistente às doenças citadas anteriormente.

              Mudas produzidas exclusivamente por sementes levam a uma maior variabilidade genética das plantas no pomar e mais susceptíveis às doenças do solo, ao contrário das plantas enxertadas sobre o maracujazeiro selvagem, que são mais resistentesà doenças do solo, são mais vigorosas, mais tolerantes ao déficit hídrico e, consequentemente, proporcionam uma maior vida útil ao pomar.

              Esta tecnologia é utilizada com sucesso pelo Viveiro Passiflora, conferindo às suas mudas uma excelente saúde fitossanitária.